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Sinopse: O novo «Quase Romance» de Miguel Sousa Tavares. Há viagens sem regresso nem repetição. «Éramos donos do que víamos: até onde o olhar alcançava, era tudo nosso. E tínhamos um deserto inteiro para olhar.» «Ali estavas tu, então, tão nova que parecias irreal, tão feliz que era quase impossível de imaginar. Ali estavas tu, exactamente como te tinha conhecido. E o que era extraordinário é que, olhando-te, dei-me conta de que não tinhas mudado nada, nestes vinte anos: como nunca mais te vi, ficaste assim para sempre, com aquela idade, com aquela felicidade, suspensa, eterna, desde o instante em que te apontei a minha Nikon e tu ficaste exposta, sem defesa, sem segredos, sem dissimulação alguma.» «Eu sei que ela se lembra, sei que foi feliz então, como eu fui. Mas deve achar que eu me esqueci, que me fechei no meu silêncio, que me zanguei com o seu último desaparecimento, que vivo amuado com ela, desde então. Não é verdade, Cláudia. Vê como eu me lembro, vê se não foram assim, passo por passo, aqueles quatro dias que demorámos até chegar juntos ao deserto.»
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Opinião pessoal: Desengane-se quem espera deste livro uma obra de arte.
Fica muito aquém doutros livros do autor, tal como, "Equador", "Sul" e "Rio das flores".
É um discurso a duas vozes. A de um homem de 36 anos e uma loiraça de 21. E à partida, já não é difícil de adivinhar o que vai na mente de cada um... principalmente da do homem :-P
Juntos, partem rumo à aventura no deserto, sem terem travado conhecimento anteriormente, e criam laços de intimidade e empatia, que não vai para além de um olhar, um gesto e um toque intencional sem pretensões de o parecer. Daí a definição de "Um quase romance", precisamente porque não chega a haver romance.
Tem um final um pouco triste.
Ah, lê-se num instantinho. Só tem 124 páginas, letras grandes e alguns diálogos. Foi a minha leitura de fim-de-semana ehehehehe
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